segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O que torna as crianças felizes?


As crianças ficam felizes quando seus pais _ ambos os pais _  estão felizes com ela. E quando é que ambos os  pais ficam felizes com a criança? É quando cada um respeita e ama seu parceiro (sua parceira) e se alegra com ele (com ela). 

Falamos muito de amor. Mas, quando é que o amor se mostra em sua forma mais bela? É quando eu me alegro com a outra pessoa, exatamente como ela é. É quando nos alegramos com nossa criança, exatamente como ela é.

O poder que os pais percebem ter sobre os filhos _ e, sobretudo, as mães o sentem de uma forma particularmente profunda, na medida que vivem tanto tempo em simbiose com eles _ deve ser vivenciado como uma missão. Não como um poder pessoal, mas como um poder temporário, a serviço da criança.

Algum tempo atrás, num dos meus cursos, apareceu uma mulher carregando no colo uma criança de cinco meses. Estava sentada ao meu lado, e eu lhe disse: "Olhe através da criança, para algo que está longe, atrás dela". Ela olhou para longe, através da criança. De repente, a criança respirou profundamente e sorriu para mim. Ela ficou feliz. Assim, nessa relação que ultrapassa a criança, ambos ficam mais livres: os pais e a criança. Ambos podem ajustar-se melhor à sua própria destinação, alegrar-se com ela, e assim deixam livre o outro, na medida em que isso é necessário.


O que é esse algo distante, para onde a mulher dirigiu o olhar? É o destino de cada um, o seu próprio destino e o da criança. É, até mesmo, algo além do destino. É algo que permanece oculto de nós. Em sua presença permanecemos humildes; não obstante, sabemos que isso nos conduz e sustenta de um modo particular.


Extraído de "Liberdade que permanece" (Bert Hellinger)
Tradução de Newton Queiroz

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